domingo, 30 de janeiro de 2011

O Tempo de Novembro.

Através da nevoa, através dos meus olhos, vejo que sou cega. A alma não tem conhecimento do coração, não tem visão. Por meus ouvidos o vento sopra ensurdecedor os sons da minha mente.
O sol zomba de mim com sua luz. Ilumina as coisas que eu não posso suportar a ver. Tento esconder, mas a claridade demonstra meu sofrimento.
Mas a chuva cai empática, afogando meu clamor. O frio gelado me paraliza, portanto não posso pensar nas memórias de um coração tão perturbado assim. Consolar-me com as lágrimas do céu.
E se a chuva não pode acabar com meu sofrimento. Ela vai chorar comigo até o dia de amanhã.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Hedionda comunidade.


Nós somos corvos aleijados que não podem cantar. Somos sinos de igrejas que deixam de tocar. Somos irmãs dos esquecidos e irmãos dos perdidos. Somos a causa sem um patrocinador. A colher, sem o pote.
Somos mariposas de asas quebradas. Nós somos rainhas solitárias que não têm reis. Somos os filhos dos mortos e os pais das vítimas.  Estamos com a boca sem estômago, e a marreta sem o gongo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fragmentos.


Somos apenas fragmentos de um sistema. Vivemos em uma esfera rotativa. Fragmentos que se deslocam de um lado para o outro. Alguns para longe, outros para perto.
As pessoas se movem em direções opostas. Nunca ninguém terá o mesmo caminho, sua história será diferente. Planejar a destruição do outro, nunca foi agradável. E nunca será.
Algumas pessoas interagem umas com as outras. Caminhando em uma linha imaginária, traçada pela sociedade.
Ando desapercebida no meio desse mar de gente. Olhando ao meu redor, optei por observar. Algumas pessoas são extraordinárias, outras são tão miseráveis que se tornam solitárias. Mas essas pessoas estão recebendo o que merecem?
Alguns optam por caminhar sozinho nesse mundo material, outros gostam de companhia para afastar a solidão.   
Algumas pessoas são de pele clara e outras são mais escuras.
Algumas pessoas tem pele enrugada, outras são mais lisas.
Algumas tem longos cabelos, enquanto outras não tem nenhum.
Algumas pessoas tem olhos castanhos, verdes e azuis.
Somos como vidro quando se quebra. Fragmentos se formam, e nenhum é igual ao outro.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Reencetar.


A ironia é o frio das palavras falsas de verdadeiro significado. Traz conseqüências. Coisas que você não pode pegar de volta, reescrever ou queimar. Se lembrar de tudo que fez. De todas as chances que se esqueceu de tomar. De todas as emoções que esqueceu de sentir. Desde o início. Jogue essas lembranças fora. Recomece.
Detalhes na tela, falar com palavras que não posso expressar. Dizer mentiras, não faculto formá-las. Não coloque palavras em minha boca. Classificar-me para um lugar. Ser escolhido entre um turbilhão de pessoas. Existe só uma possibilidade. Recomeçar.
Não me atrevo olhar para trás. Viravam as costas para mim, porque eu esquecia que também existia. Viver e respirar por algum motivo indefinido, é o que faço agora. Eu costumava pensar que fui mapeada pelas pessoas ao meu redor. Meus olhos já me enganaram, agora não mais. Recomeçando.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cafeína e nicotina.


Eles formam um par. E talvez uma banda de heavy metal. São opostos, mas não são diferentes. Cafeína e nicotina para sua baixa auto-estima. Fumaça em seus pensamentos, para poluir o ar que você respira. Tome fôlego, você é repugnante. A vida não é um exame de câncer para dizer o que você deve ou não fazer. Seus feitos devem ser criticados por você mesmo.
Cafeína e nicotina. Um discurso de apologias. Ninguém quer compartilhar o câncer, irei morrer sozinho. Vou acordar cada manhã com meu café, e fingir que é inverno. Então, meu coração angustiado permanecerá em luto até meu ultimo suspiro.
Cafeína. Rastejando na calada negra da noite, sonolento. Olhos vermelhos, sonhos caindo sobre eles. Essa bebida me dá coragem. Pular em um salto cego nos braços da morte.
Cafeína e nicotina, essa é a rotina. Cafeína, para deixar meu coração acelerado nada abaixo de 180. Nicotina, para pará-lo do zero.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Aspiração de um sonho.

Sonhando. Consertando o meu corpo. Sala de operações. Estou com medo, nervoso e petrificado. Luzes fortes pairando sobre meu corpo afetam minha alma. Acertar o que está danificado. Muitas pessoas querendo arrancar meu coração. A enfermeira irá fazer um bom trabalho, Deus queira que sim. O anestesiologista é meu amigo, vai cuidar de mim e se certificar que não sentirei mais nada. Quero me livrar desse coração. Por ela bate, por ela dói. Acordo. Era só um sonho. Ele continua doendo e ela continua existindo. Frustrante o modo de querer se livrar desse sentimento. 

Tão pequeno.

Somos tão pequenos se olharmos o universo ao nosso redor. Olhar para o próprio fascínio sobre qual nos rodeia. Olhar o tamanho dos planetas. Céus! É tão grande. As estrelas sumindo no horizonte ao amanhecer. Meus problemas são pequenos, eu sou secundária, como meus planos.
Ser pequeno é a armadilha do mundo, a magnitude nos abate feito cordeiros. Essa sou eu, pequenina, diminutiva, inaudível e imperceptível ser humano.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ignorado.

Sou como o pó, ignorado pelo mesmo vento. Tentar para mim é uma obrigação. Conseguir é improvável. Sou invisível. Machucado estou. Passo na rua sem merecer os cuidados necessários. Me identifico com os fantasmas. Eles não existem para mim. Eu não existo para ela.  A mudança virá a caminho...espero.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Depressão.

Eu quebro e engulo todos os fragmentos de cada frasco de vidro do mundo. Ver você desse jeito é o mesmo que engolir ácido. Descasco cada camada de minha alma a fim de auferir luz. Receber sabedoria. E gerar uma cura. É muito ruim ver você se deteriorando e eu não poder fazer nada. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vida Alcoólica.

A vida não é uma bebida alcoólica. Mas também ela está bem longe de ser sóbria. A razão é apegada ao desespero. O prazer, a uma vida em ruínas nunca existiu. A maioria se embebeda, poucos se perguntam por quê. Alguns voam livres e não se afogam em suas aflições. Bêbado, você irá viver, sofrer e morrer como qualquer pessoa vivente nesse mundo padecente. A diferença é: Você morrerá intoxicado com as mágoas que leva no peito. 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Máquina defeituosa.

Eu sou uma máquina que se recusa a cumprir qualquer lei humana. Falho majestosamente. Sem dormir, deito acordada a noite e nunca chego a um equilíbrio. Gravo e ilustro imagens em minha placa mãe. Não sei quem sou e nem do que sou constituído. Sinto cada célula minúscula de ódio elevando meus Kelvins. Sentimento cáustico. Trocas de olhares aumentam minha energia, me nutre. Nenhum cientista pode desvendar o que tenho. Até para mim é um mistério. Conforme você se aproxima, uma temperatura de zero absoluto chega ao meu corpo. Suando frio. A entropia (ou grau da desordem). Tento manter meu Joule interior. Improvável. Esse paradoxo que química e física continua me enchendo de pavor.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Espaçamento.

Você se aproxima e eu recuo a fim de gerar um efeito particular.Uso o espaço na vida cotidiana.Crio espaço.Distância. Isolamento. Uma prisão restrita somente a mim. Agradável.
Separo suas palavras e analiso cada idéia como uma analfabeta.
Amor, um termo assustador em meu dicionário. Eu sempre uso o espaço.
É a única coisa que sei.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Nunca vai acontecer.

As janelas da minha alma se fecharam quando a porta abriu. O vento sussurrou em meus ouvidos e bateu em minha inconsciência. Não posso parar de consumir você. Você é a droga que injeto constantemente em minhas artérias. Me domina, me deixa nas alturas. Posso ouvir seu batimento cardíaco. Imaginar o gosto de sua pele. Você me invadiu com suas armas, e com elas me volvi. È o melhor tipo de loucura. Quando você for embora, voltarei à consciência, e me dar conta que você é só um sonho inacessível. 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Túnel das escolhas.


 Ninguém mas se importa. A discórdia nasce entre os povos. Será que vamos aprender? Tivemos tempo suficiente. Nossa melhora foi escassa. A palavra do homem não é evolução. Mortes, fome, traição e dinheiro, esses são os nossos vocabulários. 
Para aqueles que nunca descansam,eu os reverencio. Sempre tentando fazer o melhor, ninguém os entende.  Stress é seu cotidiano.
Há sempre uma escolha, levantar a voz e tomar sua decisão ou ficar preso na sua prisão figurativa. 




domingo, 2 de janeiro de 2011

Abandone as Artimanhas.

Diferente da multidão normal, não precisei elaborar um plano de cola para a prova da vida. Ninguém quer aprender, só querem respostas. A trapaça te leva para frente durante um tempo, mas quando descoberta arruína sua vida.
Prefira se esforçar. É uma luta implacável, mas quando conseguimos sentimos que podemos fazer coisas que pensávamos que nunca conseguíramos. Experimentando o gosto do empenho, o desejaremos mais e mais. Vale tudo a pena no final.

Camuflagem.



Este mundo é um baile de máscaras. Retire-a e encare a verdade antes que  provoque sua queda. Os disfarces coloridos e alegres são os piores, pois eles chamam a atenção para nosso rosto e corpo, não para a nossa alma.
De nada adianta se parecer com um lustre se seu entendimento sobre si próprio é decadente. Ponha a mascara de lado. E mostre seu rosto.